segunda-feira, 25 de junho de 2012





PSICODRAMA
Psicodrama  é  um método de investigação e tratamento de problemas psicológicos criado pelo médico romeno Jacob Levy Moreno no princípio do século 20. Ele reúne em sua base teórica elementos do teatro e da psiquiatria e tem como recurso de ação a dramatização. Formulado para ser trabalhado em grupo, dentro de um enfoque terapêutico ou educacional, o psicodrama foi inicialmente dirigido a pacientes com comprometimento psiquiátrico ou emocional, que eram incentivados a representar peças com textos improvisados. Moreno acreditava que a dramatização era o método por excelência para se resgatar a espontaneidade e chegar ao autoconhecimento. “O corpo é uma peça-chave, pois, de acordo com a técnica, os pensamentos e as emoções se expressam em atos organizados e representados no palco”. Para Moreno, o jogo dramático possibilita que o indivíduo entre em contato com seus conflitos, que antes permaneciam no inconsciente. Durante as sessões de psicodrama, os participantes são estimulados a expressar livremente as criações de seu mundo interno, seja na produção mental de uma fantasia concretizada em cena ou numa determinada atividade corporal.


Psicodrama Psicanalítico
O psicodrama psicanalítico nasceu na França em 1944. Hoje, há uma corrente na qual define que a cena dramática é reconhecida na função de concentrar o drama e permitir que apareçam novos significantes. Dizem que “...o Psicodrama não é a busca de um certo sentido nem tampouco de um significante fundamental. Por isso, deve-se evitar a interpretação que proporcione o sentido e a perda do sentido...”
Conforme Anzieu "...o psicodrama analítico favorece a expressão dos conflitos por intermédio de imagens simbólicas..." caracteriza quatro aspectos importantes no Psicodrama: dramatização dos conflitos, comunicação simbólica, efeito catártico e natureza lúdica. Na América Latina, a Argentina é o país pioneiro em Psicodrama. Atualmente, Brasil, México e outros fizeram um importante desenvolvimento, sendo pertinente destacar o Psicodrama no Brasil que, inicialmente foi desenvolvido por docentes argentinos e, atualmente, por seus próprios docentes.
Para Osório, a teoria moreniana, que se torna pouco sólida, se a compararmos com a teoria psicanalítica, tem, entretanto, alguns aspectos que não são excludentes, mas que se complementam e, em alguns casos, são parcialidades de conceitos psicanalíticos não reconhecidos e rebatizados com outros nomes ou trabalhados sob outros ângulos, como acontece com os conceitos de regressão e fixação. A regressão em Psicodrama não se obtém através da transferência, mas através de cena dramática que torna presente o passado. Tele e transferência em Moreno são conceitos herdeiros do de transferência freudiano. Espontaneidade, essencialmente, está relacionada com o conceito de libido de Freud. Se nos fixamos na cena dramática, esta desde o ponto de vista moreniano fundamenta seu valor da seguinte maneira: a representação dramática é liberadora, é uma segunda vez, é a forma que adquirem o passado e o futuro, no presente. O encontro, o compartilhar, a criatividade e o ato espontâneo possibilitam novos papéis e resgatam energias perdidas. Isto levará a uma catartase de integração e a uma catarse do público. A cena é a representação do passado, um lugar simbólico onde se revela o imaginário através das cenas atuais ou manifestas, podendo explorar e elaborar situações conflitivas do mundo externo, encontrando sua conexão com o mundo interno dele ou dos indivíduos, em sucessivas ações dramáticas com cenas antigas e inconscientes. Sintetizando, a cena dramática é, basicamente, a presentificação e corporização que, através da representação, têm os vínculos intrapsíquicos em sua mútua e dinâmica reestruturação com os vínculos interpessoais.

sábado, 16 de junho de 2012


CULTURA ORGANIZACIONAL

A cultura organizacional é formada por seus valores éticos e morais, princípios, crenças, políticas internas e externas, sistemas, e clima organizacional. São “regras” que todos os membros dessa organização devem seguir e adotar como diretrizes e premissas para guiar seu trabalho.
Cultura pode ser definida como um modelo de suposições básicas que os grupos inventam, descobrem ou desenvolvem com a experiência para enfrentar seus problemas.

PRECEITOS
A cultura organizacional envolve artefatos (padrões de comportamento), valores compartilhados (crenças) e pressupostos (valores, verdades). Também pode conter componentes visíveis, que são sempre orientados pelos aspectos organizacionais, ou componentes ocultos, que são sempre orientados pela emoção e situações afetivas.
§  Preceitos (implícitos ou explícitos)
Normas, regulamentos, costumes, tradições, símbolos, estilos de gerência, tipos de liderança, políticas administrativas, estrutura hierárquica, padrões de desempenho.
§  Tecnologia (instrumentos e processos utilizados)
Máquinas, equipamentos, layout, distribuição e métodos de trabalhos.
§  Caráter (Manifestação dos indivíduos) como que o indivíduo se comporta diante da sociedade.
Participação, criatividade, grupos informais, medo tensão, apatia, agressividade, comodismo.
Essa mesma cultura pode aparecer nas organizações de duas formas distintas. Como um subsistema que se liga à estrutura, à estratégia, sistemas políticos e técnicos, ou ainda como uma superestrutura que determina todos os demais componentes. Alguns dos componentes da cultura são de origem histórica, do ambiente e território em que ela se situa, de crenças e pressupostos (mitos, ideologias, etc.), de regras, nomes e regulamentos, do processo de comunicação (linguagem), de ritos, rituais e cerimônias, de heróis e fabulas, ou ainda de produtos e serviços com que está envolvida.
Existem diversas funções que a cultura pode exercer dentro de uma organização: ela define os limites, a coerência nos atos dos empregados; dá aos funcionários uma sensação de identidade, de pertencer a algo grande, amplo e sério, trazendo motivação e ainda fazendo-os se comprometer com interesses coletivos; reduz a ambigüidade, determinando exatamente como os trabalhos devem ser executados. Algumas vezes ela funciona até mesmo como um vínculo entre os funcionários e a empresa, ajudando a permanecerem unidos através de normas do que se deve fazer e dizer. Mas sua principal função é distinguir uma organização de outra.
A cultura organizacional, assim como a gestão das organizações, modifica-se com o tempo, já que também sofre influência do ambiente externo e de mudanças na sociedade. Entretanto, a cultura de uma instituição também pode influenciar essa mesma sociedade.

Em sua formação existem os princípios básicos da administração, sua filosofia e valores que indicam a direção para guiar procedimentos, para ditar como as coisas devem acontecer. Outra forte influência na formação da cultura de uma empresa é seu capital humano, seu pessoal. Cada indivíduo tem uma forma de pensar, princípios e crenças diferentes. A junção dessas pessoas dentro de uma mesma organização leva a uma condensação de todos esses pensamentos diferentes, formando uma só cultura para todos se guiarem. A cultura dominante tem uma visão macro da organização e trata apenas dos valores centrais.
Além desta cultura principal, existem também as subculturas, que podem estar ou não relacionadas entre si, ou que podem até concorrer umas com as outras. Elas podem ser geográficas, departamentais ou situacionais. Os valores centrais da cultura dominante estão presentes nessas subculturas, porém são incluídos valores adicionais e particulares de alguns grupos, equipes ou departamentos.
A contracultura também existe nas organizações, e nada mais é do que um movimento reacionário, por parte de um grupo pequeno, ou até mesmo grande, que quer reagir contra os valores tradicionais, que está insatisfeito, e vive em busca de mudanças e inovações na cultura atual.
Na formação da cultura há também uma forte influência dos fundadores da instituição, que estabeleceram diretrizes culturais, e que são vistos com muito respeito, ou até adorados, por grande parte dos colaboradores.

VANTAGENS E DESVANTAGENS
Além de tudo isso, a cultura também ajuda na resolução de problemas internos, diminui conflitos e diferenças, faz o controle da gestão, e desenvolve uma imagem positiva da organização na mente de quem a conhece.
A única desvantagem que a formação de uma cultura organizacional pode vir a trazer é se ela puder de alguma forma, impedir que a empresa progrida, colocando obstáculos a mudanças, a diversidade, a fusões ou aquisições.

domingo, 10 de junho de 2012



PSICOLOGIA SOCIAL

A psicologia social surgiu no século XX como uma área de aplicação da psicologia para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências sociais (sociologia, antropologia,ciência política). Sua formação acompanhou os movimentos ideológicos e conflitos do século, a ascensão do nazi-fascismo, as grandes guerras, a luta do capitalismo contra o socialismo, etc. O seu objeto de estudo é o comportamento dos indivíduos quando estão em interação, o que ainda hoje, é controverso e aparentemente redundante pois como se diz desde muito: o homem é um animal social.
Mesmo antes de estabelecer-se como psicologia social as questões sobre o que é inato e o que é adquirido no homem permeavam a filosofia mais especificamente como questões sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade, (pré-científicas segundo alguns autores) avaliando como as disposições psicológicas individuais produzem as instituições sociais ou como as condições sociais influem o comportamento dos indivíduos. Segundo Jean Piaget (1970) é tarefa dessa disciplina conhecer o patrimônio psicológico hereditário da espécie e investigar a natureza e extensão das influencia sociais.
Enquanto área de aplicação distingue-se por tomar como objetos as massas ou multidões associada à prática jurídica de legislar sobre os processos fenômenos coletivos como linchamento, racismo, homofobia, fanatismo, terrorismo ou utilização por profissionais do marketing e propaganda (inclusive política) e associada aos especialistas em dinâmica de grupo e instituições atuando nas empresas, coletividades ou mesmo na clínica (terapia de grupos). Nessa perspectiva poderemos estabelecer uma sinonímia ou equivalência entre as diversas psicologias que nos apresentam como sociais: comunitária, institucional, dos povos (etnopsicologia) das multidões, dos grupos, comparada (incluindo a sociobiologia), etc.

CATEGORIAS FUNDAMENTAIS DA PSICOLOGIA SOCIAL
A Psicologia Social - é a ciência que procura compreender os “comos” e os “porquês” do comportamento social. A interação social, a interdependência entre os indivíduos e o encontro social. Seu campo de ação é portanto o comportamento analisado em todos os contextos do processo de influência social. Uma pesquisa nos manuais e ensino e ementas das diversas universidades nos remetem à:
- interacção pessoa/pessoa;
- interacção pessoa/grupo (os grupos sociais)
- interacção grupo/grupo. (enfoques nacionais, regionais e locais)
Estuda as relações interpessoais:

- influências;
- conflitos; comportamento divergente
- autoridade, hierarquias, poder;
- o pai, a mãe e a família em distintos períodos históricos e culturas
- a violência doméstica, contra o idoso, a mulher e a criança

Investiga os fatores psicológicos da vida social:
- sistemas motivacionais (instinto);
- estatuto (status) social;
- liderança;
- estereótipos (estigma);
- alienação;
- Identidade, valores éticos;
Teoria das representações sociais, a Produção de Sentido, Hegemonia Dialética Exclusão /Inclusão Social

Analisa os fatores sociais da Psicologia Humana
- motivação;
- o processo de socialização
- as atitudes, as mudanças de atitudes;
- opiniões / Ideologia, moral;
- preconceitos;
- papéis sociais
- estilo de vida (way of life - modo ou gênero de vida)
               



O ECRO DE PICHON RIVIÉRE

Enrique Pichon Rivière é um suíço, nascido em Genebra no começo do século, em 25 de junho de 1907. Imigra para a Argentina com sua família em 1910, quando tem apenas três anos.  Já adulto, como profissional e intelectual de sua época, sempre procurará articular diferentes campos problemáticos. Como estudante de medicina, problematiza seu saber a partir das modernas concepções sobre o psicossomático. Estudando psiquiatria, nela inclui todos os desafios da psiquiatria dinâmica, como psiquiatra articula todos os desenvolvimentos da psicanálise e como psicanalista, convida seus colegas a trabalhar no hospital, o hospício, com a psicose, e assim por diante. Aos 19 anos, em 1926, chega a Buenos Aires, capital da Argentina, proveniente de Correntes, província onde vivia. Buenos Aires, como metrópole de uma modernidade periférica o fascina. Vive no centro da cidade, convive e participa ativamente do movimento dos intelectuais de vanguarda de sua época.
Sendo psiquiatra e psicanalista no hospício de Las Mercedes de Buenos Aires, enrique Pichon Rivière descobre que pode encontrar o código, o sentido dos delírios e sintomas psicóticos de seus pacientes, na estrutura familiar. Ou seja, que a chave das significações específicas desse paciente é possuída pela família, essa estrutura que transcende a individualidade e que tem efeitos constitutivos sobre a mesma. Enrique Pichon Rivière descobre um novo campo de indagação, conceitualização e intervenção que transcende o discurso do paciente. Propõe a passagem da psicanálise à psicologia social. Enrique Pichon Rivière descobre um novo continente, porém não no sentido de território a ser conquistado, ou mesmo de um lugar para se viver, mas como um lugar de produção. Para ele, os conceitos teóricos são conceitos instrumentais para apreender a realidade e sobre ela intervir. É um conceito similar ao que será proposto, anos depois, por Michel Foucault, com sua teoria da caixa de "ferramentas".
Isto o leva a propor que para além do campo específico da psicanálise está a psicologia social como âmbito de indagação dessas tramas vinculares que, transcendendo a subjetividade, criam condições para a sua própria produção.


O ECRO de enrique Pichon Rivière
No curso de duas décadas, ao longo de sua obra, visualiza-se a progressiva elaboração de sua posição teórica. Pichon Rivière diz: "defino o ECRO como um conjunto organizado de conceitos gerais, teóricos, referidos a um setor do real, a um determinado universo de discurso, que permite uma aproximação instrumental ao objeto particular (concreto). O método dialético fundamenta este ECRO e sua particular dialética".A respeito da psicologia social sustenta: "A psicologia social que postulamos tem como objeto o estudo do desenvolvimento e transformação de uma realidade dialética entre formação ou estrutura social e a fantasia inconsciente do sujeito, sustentada sobre suas relações de necessidade".
Ou seja, o objeto de sua psicologia social é o de explicar como a estrutura social chega a se tornar fantasia inconsciente. Indaga sobre os processos de constituição da subjetividade a partir da macro-estrutura social.
O ECRO pichoniano está constituído por três grandes campos disciplinares que são as ciências sociais, a psicanálise e a psicologia social. Estas três disciplinas constituem os três sustentáculos principais de seu marco conceitual.

Método dialético
enrique Pichon Rivière adere ao método dialético em sua concepção do vir-a-ser da natureza, da sociedade e do conhecimento como um processo contraditório e de mudanças que implicam irreversibilidade através de saltos qualitativos.
Se tomamos em conta sua concepção de sujeito, Pichon Rivière o concebe não numa relação harmônica com sua realidade social, mas numa permanente relação mutuamente transformadora com o mundo. Seu "implacável interjogo" implica numa inevitável transformação do mundo, fundamentalmente vincular e social, para o sucesso na realização de seus desejos e propósitos, realização que, por sua vez, terá efeitos de transformação do sujeito. Isto comporta pensar a relação sujeito-mundo como uma relação conflitiva e contraditória.
Daí sua valorização da praxis. A praxis é o que permite a seu ECRO permanecer como sistema aberto a progressivas ratificações e retificações. A praxis é o que valida o modelo teórico. Ele sustenta que a praxis é a que permite ajustar o modelo teórico, o esquema conceitual, à realidade. Pichon disse que a praxis " introduz a inteligibilidade dialética nas relações sociais e restabelece a coincidência entre representação e realidade".

Concepção do sujeito
Este ECRO pichoniano concebe o sujeito como partindo de uma ineludível condição de sujeito social, num implacável interjogo entre o homem e o mundo. Pichon Rivière escreve: "O sujeito não é só um sujeito relacionado, é um sujeito produzido. Não há nada nele que não resulte da interação entre indivíduos, grupos e classes". Isso significa que o sujeito nasce com uma carência fundamental que é a ausência de todo um "pacote" instintivo que o fixe e o ligue com certeza ao seu habitat. Isto faz com que o campo simbólico seja o ineludível campo de constituição da subjetividade. Berger e Lukman são dois sociólogos da corrente do interacionismo simbólico que afirmam que o homem ocupa uma posição peculiar dentro do reino animal e dos mamíferos superiores. O homem não possui ambiente específico para sua espécie, a relação do homem com seu ambiente se caracteriza pela sua abertura para o mundo. Os instintos do homem, se comparados com os dos mamíferos superiores, são subdesenvolvidos. Seus impulsos são inespecíficos e carecem de direção.
A subjetividade se constitui, então, no campo do outro. O outro como ser social está ineludivelmente no horizonte de toda experiência humana. Aqui é fundamental o conceito de vínculo, como essa estrutura complexa e multidimensional que abriga sistemas de pensamentos, afetos e modelos de ação, maneira de pensar, sentir e fazer com o outro, que constituem as primeiras sustentações do sujeito e as primeiras estruturas identificatórias que darão início à realidade psíquica da criança. Não só a trama vincular a abriga; é condição de sobrevida deste ser que nasce prematuro, incapaz de sobreviver sem a assistência do outro social: a trama vincular é a própria base iniludível para a confirmação de nossa identidade. Sem a presença do outro se desnuda a fragilidade sobre a qual está constituído o reconhecimento do "si-mesmo" e a identidade do sujeito. Isto o conhecem bem os que implantam, as celas de castigo que costumam devastar seus inimigos mediante a privação de estímulos sensíveis e pela ausência de todo contato humano. Isolados do mundo, tendemos e desmoronar.
O sujeito da psicologia social de enrique Pichon Rivière é esse sujeito descentrado, intersubjetivo, que se produz no encontro ou desencontro com o outro.
Quando enrique Pichon Rivière pensa o sujeito, fá-lo em termos de "sistema aberto" (a rigor, não há nada que seja pensado por ele fora dos termos de um sistema aberto: o indivíduo, os grupos, as instituições, as sociedades, o ECRO). E em relação ao sujeito, trata-se de um sistema que não é autônomo em si mesmo, trata-se de um sistema incompleto que "faz sistema com o mundo".
É um sujeito situado e sitiado, que está contextualizado. Não é uma abstração. É um sujeito histórico. Não se trata de O Homem ou A Sociedade. É um sujeito situado e sitiado no sentido de que sua subjetividade é configurada num espaço e num momento histórico social específicos que lhe outorgam todo um universo de possibilidades mas que significa para ele, por sua vez, um certo estreitamento das possibilidades de representação simbólica.

Conceito de vínculo
O ser humano nasce numa trama vincular que no melhor dos casos, fica aguardando sua chegada com um nome para lhe dar e um acúmulo de expectativas e de desejos. As tramas vinculares humanas são as que sustentam nosso prolongado processo de socialização ou de endoculturação.
Ao outro polo do contexto de constituição dessa subjetividade corresponde, para enrique Pichon Rivière, o mundo moderno. O mundo moderno se caracteriza por sua condição de mudança, por sua precariedade de sentido segundo Cornelius Castoriadis, o que faz com que este "magma" de significações que constitui o mundo social, em determinado momento histórico, varie.
É nesta sociedade marcada pela mudança que o ser humano deve construir um marco referencial, um "aparelho para pensar a realidade" que lhe permita posicionar-se e pertencer a um campo simbólico próprio de sua cultura e da subcultura na qual está inserido.
Este esquema referencial, este "aparelho para pensar" nos permite perceber, distinguir, sentir, organizar e operar na realidade. A partir de um longo processo de identificações com traços das estruturas vinculares nas quais estamos imersos, construímos este esquema referencial que estabiliza em nós uma certa maneira de conceber o mundo que, se não fosse assim, emergiria em sua condição desmesurada, de inabarcabilidade e de caos.
A característica da modernidade é a mudança e com isso a inevitável modificação do marco referencial com o qual percebemos nossa realidade. Isto faz que Pichon Rivière visualize o sujeito em uma permanente dialética com o mundo, única condição para que este sujeito possa construir uma leitura adequada de sua realidade. A perda desta inter-relação dialética faz com que o marco referencial, a maneira de perceber, discriminar e operar com o mundo se torne anacrônica e, com isso, se perda a possibilidade de uma inter-relação mutuamente transformadora com o meio. O fechamento sobre as próprias referências favorece o deslizamento de velhos fantasmas sobre as relações sociais do presente. A modernidade como momento histórico social faz com que seja iniludível para o sujeito, como condição de saúde, o manter um marco referencial articulado de modo flexível, permeável e com possibilidades de que o sustentáculo de sua inter-relação dialética homem-mundo. Enrique Pichon Rivière nos situa diante do desafio de pensar-nos como sujeitos marcados pela mudança, insertos numa sociedade que também se modifica permanentemente e que atualmente foi definida como "contexto de turbulência" (Mario Robirosa). isso nos obriga a pensar o sujeito e a sociedade em condições de criação e mutabilidade. Enrique Pichon Rivière resgata, assim, nossa condição de criadores. Porque não concebe nenhum sistema como fechado e produzido "para sempre", porque todos os sistemas - o sujeito, os grupos, as instituições, os marcos teóricos, seu ECRO - estão abertos à produção das inovações as quais a sociedade nos vai submeter, inexoravelmente, a partir de sua condição de modernidade.


sábado, 9 de junho de 2012




Filme: A Máfia no Divan


Eu gostei bastante do filme a máfia no divan, por além de ser uma comedia engraçada, ele mostra como é que funciona o crime organizado da Europa, mais conhecida como máfia, são familiares que se uni em pró de tomarem o controle de sentenças de negócios ilícitos. A máfia já fez centenas de vitimas, ao longo de muitos anos na Europa, onde sua maior concentração fica na Itália, por conta dessas disputas  uns dos personagens do filme começa a ter problemas psicológicos e busca por ajuda através de consultas com psiquiatra, longo o chefe da máfia pensa que seu problema é um simples ataque de nervos,mas o seu psiquiatra descobre que todo esse seu problema foi ocasionado pelo trauma de ver o seu pai que também era chefe da máfia ser assassinado num restaurante, quando ele ainda era criança. Podemos notar nessa situação descrita que a mente humana guarda, os seus traumas antigos que muitas vezes pode só se manifesta quando adulto, o personagem que sofreu o  trauma é um tipo de pessoa que não queria admitir a sua angústia, mas impulsionado pelo seu psiquiatra, ele percebe  a causa do problema a partir disso começa a entender toda a sua situação.Assim como no filme muitas das vezes o próprio paciente, é que tem o poder de se conduzir ao processo da  cura, seja qual for as enfermidades  a  curar muitas vezes pode está contida na mente do indivíduo.  




domingo, 3 de junho de 2012



FILME: ACUSADOS

O Filme Acusados, além de me provocar uma certa indignação, me chamou a atenção para o tratamento que as mulheres recebem de determinados grupos de homens. Sara a protagonista da história, além da dor de sem molestada sexualmente, ainda ouviu de seus algozes, que ela foi a principal culpada de todo  abuso ocorrido, pelo fato de está bêbada e drogada, na noite do acontecimento. No inicio se percebe que a advogada de Sara, trata com um pequena indiferença o seu caso, pelo fato da mesma não obter um a apoio de seus colegas de profissão, tudo isso devido ao histórico problemático de sua cliente.Mas a partir do momento que Sara a agredida, se revolta e expressa  como se sente para a sua advogada, então subitamente a advogada sai do dilema e se propõem, a ajudá-la. E isso na minha opinião foi o marco do filme,apesar da falta de apoio dos seus colegas, tendo que enfrentar a falta de testemunhas, a profissional em questão teve uma atitude ética  com sigo mesma e com relação a sua carreira.
Outro dilema marcante foi da principal testemunha do crime, o jovem tinha que escolher entre a liberdade do seu melhor amigo ou seja o agressor ou fazer justiça, nesse caso ele deixou a razão e optou pela justiça e seu depoimento foi principal no desfecho do caso, o rapaz em questão fez a escolha que lhe parecia ética no momento e isso foi muito corajoso da parte dele.
O diferencia desse filme é que a personagem que sofreu a agressão de se estuprada, em nenhum momento se calou, não se intimidou com os seus agressores apesar do medo, da indignação o que prevaleceu nela foi o único sentimento de justiça. No mundo inteiro existem mulheres que são agredidas, seja por seus companheiros, amigos, ou até mesmo desconhecidos, isso acontecem  pelo fato de acreditarem que as   mulheres  são seres inferiores, que não tem valor, muitas dessas situações poderiam ser invitadas, se houvesse denuncias  por parte dessas vitimas, mas infelizmente o preconceito, o medo e principalmente a vergonha prevalecem,todo esse fato nos faz pensar em direitos humanos, mas diante de tanta impunidades os direito humanos, muitas das vezes  se tornam somente um enunciado de belas palavras redigidas e comentada por alguém.