PSICODRAMA
Psicodrama é um método de investigação e tratamento de
problemas psicológicos criado pelo médico romeno Jacob Levy Moreno no princípio
do século 20. Ele reúne em sua base teórica elementos do teatro e da
psiquiatria e tem como recurso de ação a dramatização. Formulado para ser
trabalhado em grupo, dentro de um enfoque terapêutico ou educacional, o
psicodrama foi inicialmente dirigido a pacientes com comprometimento
psiquiátrico ou emocional, que eram incentivados a representar peças com textos
improvisados. Moreno acreditava que a dramatização era o método por excelência
para se resgatar a espontaneidade e chegar ao autoconhecimento. “O corpo é uma
peça-chave, pois, de acordo com a técnica, os pensamentos e as emoções se
expressam em atos organizados e representados no palco”. Para Moreno, o jogo
dramático possibilita que o indivíduo entre em contato com seus conflitos, que
antes permaneciam no inconsciente. Durante as sessões de psicodrama, os
participantes são estimulados a expressar livremente as criações de seu mundo
interno, seja na produção mental de uma
fantasia concretizada em cena ou numa determinada atividade corporal.
Psicodrama Psicanalítico
O psicodrama
psicanalítico nasceu na França em 1944. Hoje, há uma corrente na qual define
que a cena dramática é reconhecida na função de concentrar o drama e permitir
que apareçam novos significantes. Dizem que “...o Psicodrama não é a busca de
um certo sentido nem tampouco de um significante fundamental. Por isso, deve-se
evitar a interpretação que proporcione o sentido e a perda do sentido...”
Conforme Anzieu "...o psicodrama analítico
favorece a expressão dos conflitos por intermédio de imagens
simbólicas..." caracteriza quatro aspectos importantes no Psicodrama:
dramatização dos conflitos, comunicação simbólica, efeito catártico e natureza
lúdica. Na América Latina, a Argentina é o país pioneiro em Psicodrama.
Atualmente, Brasil, México e outros fizeram um importante desenvolvimento,
sendo pertinente destacar o Psicodrama no Brasil que, inicialmente foi
desenvolvido por docentes argentinos e, atualmente, por seus próprios docentes.
Para Osório, a
teoria moreniana, que se torna pouco sólida, se a compararmos com a teoria
psicanalítica, tem, entretanto, alguns aspectos que não são excludentes, mas
que se complementam e, em alguns casos, são parcialidades de conceitos
psicanalíticos não reconhecidos e rebatizados com outros nomes ou trabalhados
sob outros ângulos, como acontece com os conceitos de regressão e fixação. A
regressão em Psicodrama não se obtém através da transferência, mas através de
cena dramática que torna presente o passado. Tele e transferência em Moreno são
conceitos herdeiros do de transferência freudiano. Espontaneidade,
essencialmente, está relacionada com o conceito de libido de Freud. Se nos
fixamos na cena dramática, esta desde o ponto de vista moreniano fundamenta seu
valor da seguinte maneira: a representação dramática é liberadora, é uma
segunda vez, é a forma que adquirem o passado e o futuro, no presente. O
encontro, o compartilhar, a criatividade e o ato espontâneo possibilitam novos
papéis e resgatam energias perdidas. Isto levará a uma catartase de integração
e a uma catarse do público. A cena é a representação do passado, um lugar
simbólico onde se revela o imaginário através das cenas atuais ou manifestas, podendo explorar
e elaborar situações conflitivas do mundo externo, encontrando sua conexão com
o mundo interno dele ou dos indivíduos, em sucessivas ações dramáticas com
cenas antigas e inconscientes. Sintetizando, a cena dramática é, basicamente, a
presentificação e corporização que, através da
representação, têm os vínculos intrapsíquicos em sua mútua e dinâmica
reestruturação com os vínculos interpessoais.